Girassóis com Gnomos no Sonic

O segundo dia de Sonic Blast começa com sons vindos do oriente, mais precisamente de Tóquio, com um quarteto de nome Tō Yō e o seu rock psicadélico a surpreender o publico, para depois passarmos para uma banda que poderíamos pensar ter também vindo do pais do sol nascente. Muito nos enganamos, pois, são de Lisboa, dão pelo nome de Nagasaki Sunrise e apresentam o seu metal punk com uma energia endiabrada. Continuamos com produto nacional vindo agora do Porto e o surf rock/punk psicadélico dos Sunflowers a mostrar que há vida musical no panorama alternativo nacional. No intervalo vemos algum publico com uns chapéus vermelhos, como que a dar as boas vindas à banda belga Gnome de metal progressivo. Emma Ruth Rundle é quem se segue no palco 1 do recinto.  Apresenta-se a solo com a sua guitarra acústica a misturar o folk com o gótico e a proporcionar um final de tarde mais calmo e apreciar o pôr-do-sol a banhar as águas do oceano atlântico que fica bem perto do recinto. No final do concerto temos tempo para repor energias nas várias opções apresentadas na área da restauração e prepararmos o corpo e a mente para o grupo de bandas que se segue. São 21h e ouvimos os primeiros acordes dos Chalk, trio que nos chega de Belfast, tendo nascido durante a pandemia, e fundem o post-punk com tecno o que resultou num punk industrial. Seguimos com o rock psicadélico instrumental dos My Sleeping Karma, vindos da Alemanha, e a nos fazer viajar pelos caminhos do rock espacial de influências stoner. Sem darmos por ela a viagem termina, mas rápidamente entramos na carruagem dos suecos Witchcraft e o seu rock psicadélico a roçar o hard-rock e o doom-metal. De Barcelona entram em palco os Dame Area e a sua EBM (eletronic body music), um eletro punk a fazer dançar o recinto. A energia passa mesmo não estando bem junto ao publico como tanto gostam. Quase a terminar este segundo dia bem longo de festival, ainda temos tempo de ver os Daevar, da Alemanha, com um doom grunge e para a fechar os franceses Witchthroat Serpent com um doom metal lo-fi.

Mais um dia bem preenchido de festival com onze bandas em palco a não darem descanso a quem por ali andou e quis absorver toda a energia debitada pelo sistema de som do recinto. Bom descanso, ou não, pois ainda temos mais um dia de decibéis bem altos.

 

Texto: Alexandre Marques

Fotos: Mário Gouveia