Noite fresca em ambiente quente

Dia dois do Basqueiral e como sempre com notas calmas e ambiente intimista no palco Capela, ao som de um violoncelo nas mãos de Joana Guerra na procura de novas sonoridades com linguagem mais pessoal. Seguimos para o palco ao lado com dUAS sEMIcOLCHEIAS iNVERTIDAS e música enérgica e feroz, tudo numa mistura de free-jazz, pós-punk, noise-rock e pós-punk que desobedece às regras de conformidade da sociedade. Passamos para os Galgo no palco Tendinha co estilo musical post-rock e toque de afrobeat indomável, selvagem e jovem. Rapidamente somos transportados para um som punk-metal e pesado do duo espanhol Bala a fazer notar algumas influências grunge e de rock clássico. Da Noruega chega-nos o som folk e alternativo dos irmãos Dagsland, Sturle e Sjur. Com grande intensidade vocal vão criando uma paisagem sonora por entre arranjos instrumentais e eletrónicos.

Com os Benefits, entramos no noise-punk, que nos trazem canções selvagens sobre temas actuais. De Londres os Butch Kassidy trazem um post-rock imersivo num concerto continuo a permitir a improvisação dos músicos na transição das músicas. A noite termina com o espanhol Fotocopia, Teo Cid, no meio do publico em frente ao palco Museu. Com a sua música eletrónica experimental levou o publico a juntar-se à sua volta.

Mais um ano de festival onde a organização nos trouxe bandas alternativas e do underground em contraciclo com festivais bem mais badalados. Ainda bem que temos alternativa.

Uma última referência para a exposição Danos Colaterais dos foto-jornalistas da Agência France-Presse do conflito da Faixa de Gaza.

 

Texto: Alexandre Marques

Fotos Mário Gouveia